sábado, 26 de fevereiro de 2011

L. Frank Baum


Uma das minhas leituras favoritas na infância foi "O Mágico de Oz"! Além de reler diversas vezes, li o livro para os meus primos menores, na época em que ainda não eram alfabetizados. É maravilhoso lembrar de que em determinado momento do dia, parávamos nossas intermináveis brincadeiras para a leitura e escuta de um dos capítulo dessa história maravilhosa. Consequentemente L Frank Baum foi meu autor favorito na infância. Há alguns anos numa das feiras anuais do livro que acontece por volta de abril em minha cidade, tive a oportunidade de comprar outra obra dele: "Conto de Fadas Norte Americanos" Transcrevo aqui um trecho de uma descrição que ele faz do sótão de uma casa em um dos contos do livro.

"O aposento era quente e aconchegante, e bem iluminado por três janelas no alto. Encostadas nas paredes havia filas de caixas e malas, pilhas de tapetes velhos, peças de mobilia quebrada, trouxas de roupas fora de uso, e outras bugigangas de maior ou menor valor. Toda casa bem ordenada tem um sótão desse tipo então não é preciso descrevê-lo mais"


Depois que comecei fazer um trabalho tutorial com James Mc Sill é difícil não imaginar como esse pequeno trecho ficaria se Baum também fizesse esse tutorial. Provavelmente James diria: "As palavras "era" e "havia" deixam a história frouxa. É melhor reescrever sem essas palavras"

Talvez esse pequeno trecho ficasse mais ou menos assim:

"O aposento,  bem iluminado por três janelas no alto, com filas de caixas e malas, pilhas de tapetes velhos, peças de mobilia quebrada, trouxas de roupas fora de uso, e outras bugigangas de maior ou menor valor encostados nas paredes, dava a sensação de aconchego com o calor que se podia sentir ali."

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A jornada do Herói


Encontrei por acaso, em muitas das minhas "andanças" pela net uma versão escrita do documentário "O poder do mito". entrevista que Bill Moyers fez com Joseph Campbell.  Ontem comecei a leitura. Vou postar aqui algumas citações que achei interessantes nessas primeiras páginas de leitura:


“A causa secreta de todo sofrimento”, dizia, “é a própria mortalidade, condição primordial da
vida. Quando se trata de afirmar a vida, a mortalidade não pode ser negada.”



"(...) a tecnologia não vai nos salvar. Nossos computadores, nossas ferramentas, nossas máquinas não são suficientes. Temos que confiar em nossa intuição, em nosso verdadeiro ser.”

"pela 
superação das paixões tenebrosas, o herói simboliza nossa capacidade de controlar o

selvagem irracional dentro de nós.”

"(...) a jornada do herói não é o engrandecimento do herói.(...) mas a conquista da sabedoria e do poder para servir aos outros.” Uma das muitas distinções entre a celebridade e o herói, ele dizia, é que um vive apenas para si, enquanto o outro age para redimir a sociedade."

“a 
essência da vida subsiste graças ao matar e comer; esse é o grande mistério que os mitos

têm que enfrentar ”.

"As feras eram vistas como enviados do outro mundo, e Campbell admitiu “um mágico, maravilhoso acordo ” gestando -se entre o caçador e a caça, como se eles estivessem aprisionados num círculo  “místico, atemporal ”, de morte, sepultamento e ressurreição. Sua arte pinturas nas paredes das cavernas – e sua literatura oral deram forma ao impulso que passou a se chamar religião."

Nunca imaginei que a literatura pudesse ser tão poderosa...

"Pregadores se equivocam, ele me disse, quando tentam “persuadir pessoas à fé; fariam
melhor se revelassem a radiância de sua própria descoberta”."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Meu pensamento de leitora


Não há nada que me cause mais frustração do que me aventurar pelas páginas de uma história que parece promissora e me deparar com um final óbvio e vazio. Não é nem uma questão de entender o que o autor quis dizer com o texto, mas a emoção que a obra em si despertou. É lógico que para que haja o despertar do sentimento é preciso entender o que se está lendo, mas por mais bem construído que o texto esteja, com expressões claras e cristalinas, se não me emocionar, termino a leitura dizendo: "não valeu a pena"

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Trechos do livro "O Senhor dos Anéis" Descrição de florestas

Tinha esse trechos guardados no computador. Os separei como modelos de descrição. Estavam esquecidos numa pasta.

As folhas das árvores cintilavam, e todos os seus ramos pingavam: o sereno frio fazia com que o capim ficasse cinzento. Na quietude soberana, barulhos remotos pareciam soar por perto e salientemente.



A floresta era sinistra. Tudo nela era muito vivo e ciente do que poderia estar acontecendo. E as árvores não gostavam de peregrinos, elas vigiavam as pessoas. Geralmente, ficavam satisfeitas só em vigiar, enquanto durava a luz do dia, e não faziam muita coisa. De vez em quando uma árvore mais hostil poderia derrubar um galho, ou levantar uma raiz, ou agarrar alguém com um ramo longo. Mas à noite as coisas eram mais alarmantes.


Diante deles só se via as hastes das árvores de talhes e formatos incontáveis: direitos ou tortos, sinuosos, acaçapados, espessos ou finos, escorregadiços ou ásperos e com muitos ramos, sendo que todos eram verdes, ou cheios de musgo, ou lodo.


Abriram passagem por entre as árvores desviando os muitos bulbos sinuosos e embaraçados espalhados pelo solo. Não existia vegetação rasa. O chão delineava uma elevação e conforme prosseguiam, tinham a impressão que as árvores iam ficando mais elevadas, mais obscuras e a floresta mais sombria. Não se escutava nenhum barulho, exceto um aleatório pingar de umidade, pendendo das folhas imóveis. Até então não se escutava nenhum murmúrio e os ramos não se mexiam, mas eles tinham a impressão de que eram avistados com reprovação. A impressão foi ficando cada vez mais intensa, até que sem se darem conta, estavam olhando depressa para o alto, ou para trás por sobre os ombros, como se pressentissem um golpe inesperado.


Enquanto caminhavam, a floresta ia se tornando mais clara, inesperadamente, deparam-se com uma clareira, e se viram numa vasta área circular. Avistava-se o céu, claro e azul, o que os maravilhou, pois sob a cobertura da floresta não conseguiram ver o dia amanhecer, nem as brumas desmancharem-se.



Na margem da clareira, todas as folhas eram mais espessas e verdes, bloqueando o local como uma muralha resistente. Não havia árvores ali, apenas um matagal cerrado, e muitas plantas altas. Um ambiente melancólico, mas que comparado à espessa floresta tinha a aparência de um jardim formoso e fascinante.
Com isso eles estavam animados, mirando cheios de expectativa, a luz do sol que se derramava no firmamento. Do outro lado da clareira, existia uma lacuna na muralha de árvores, e além dela um caminho bem desenhado. Via-se que a passagem penetrava na floresta e que em algumas partes era aberta e clara, ainda que uma vez e outra, as árvores chegassem a envolver a trilha com a sombra de seus ramos sombrios. Prosseguiram por ali, subindo ligeiramente, mas com muito mais presteza e mais aliviados, tinham a impressão que a floresta estava mais amena, e que finalmente iria os deixaria atravessa-la sem grandes contratempos.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Lenda da Roseira - São Francisco do Sul SC

Essa lenda para mim é inspiradora. A encontrei na Wikipedia. Já imagino muitas variações e construções de tramas em cima dessa história.


Em uma fazenda, na Ilha de São Francisco do Sul, havia uma menina muito simpática e inocente, que morava com seus tios, pois ainda jovem, seus pais haviam falecido. Eles a tratavam mal, pois a consideravam um empecilho.
No caminho que levava até a fazenda havia uma roseira, que teimosamente engatava no vestido da menina, rasgando um pedaço, toda vez que ela se dirigia para a escola ou retornava para sua casa.
Como aquela situação continuava a persistir, a menina, já aborrecida, resolveu queixar-se aos seus tios. Estes não deram muita importância ao fato, e mandaram-na passar longe da roseira e assim evitar o problema.
Assim a menina fez no dia seguinte. Quando estava passando a uma certa distância da roseira, qual a surpresa da menina, quando um galho atravessou seu caminho e rasgou novamente um pedaço de seu vestido. Assustada, a menina voltou apressada para a fazenda chorando, e contou o sucedido aos seus tios, que prometeram resolver o caso no dia seguinte. No outro dia, foram até o local em que se encontrava a roseira, e com um machado, cortaram a planta até a raiz.
Embaixo da raiz, encontraram surpresos, um grande recipiente repleto de moedas de ouro. Com as moedas, tornaram-se grandes proprietários de terras na região, mas enviaram a menina embora sem nenhuma das moedas encontradas graças a ela.