terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Trechos do livro "O Senhor dos Anéis" Descrição de florestas

Tinha esse trechos guardados no computador. Os separei como modelos de descrição. Estavam esquecidos numa pasta.

As folhas das árvores cintilavam, e todos os seus ramos pingavam: o sereno frio fazia com que o capim ficasse cinzento. Na quietude soberana, barulhos remotos pareciam soar por perto e salientemente.



A floresta era sinistra. Tudo nela era muito vivo e ciente do que poderia estar acontecendo. E as árvores não gostavam de peregrinos, elas vigiavam as pessoas. Geralmente, ficavam satisfeitas só em vigiar, enquanto durava a luz do dia, e não faziam muita coisa. De vez em quando uma árvore mais hostil poderia derrubar um galho, ou levantar uma raiz, ou agarrar alguém com um ramo longo. Mas à noite as coisas eram mais alarmantes.


Diante deles só se via as hastes das árvores de talhes e formatos incontáveis: direitos ou tortos, sinuosos, acaçapados, espessos ou finos, escorregadiços ou ásperos e com muitos ramos, sendo que todos eram verdes, ou cheios de musgo, ou lodo.


Abriram passagem por entre as árvores desviando os muitos bulbos sinuosos e embaraçados espalhados pelo solo. Não existia vegetação rasa. O chão delineava uma elevação e conforme prosseguiam, tinham a impressão que as árvores iam ficando mais elevadas, mais obscuras e a floresta mais sombria. Não se escutava nenhum barulho, exceto um aleatório pingar de umidade, pendendo das folhas imóveis. Até então não se escutava nenhum murmúrio e os ramos não se mexiam, mas eles tinham a impressão de que eram avistados com reprovação. A impressão foi ficando cada vez mais intensa, até que sem se darem conta, estavam olhando depressa para o alto, ou para trás por sobre os ombros, como se pressentissem um golpe inesperado.


Enquanto caminhavam, a floresta ia se tornando mais clara, inesperadamente, deparam-se com uma clareira, e se viram numa vasta área circular. Avistava-se o céu, claro e azul, o que os maravilhou, pois sob a cobertura da floresta não conseguiram ver o dia amanhecer, nem as brumas desmancharem-se.



Na margem da clareira, todas as folhas eram mais espessas e verdes, bloqueando o local como uma muralha resistente. Não havia árvores ali, apenas um matagal cerrado, e muitas plantas altas. Um ambiente melancólico, mas que comparado à espessa floresta tinha a aparência de um jardim formoso e fascinante.
Com isso eles estavam animados, mirando cheios de expectativa, a luz do sol que se derramava no firmamento. Do outro lado da clareira, existia uma lacuna na muralha de árvores, e além dela um caminho bem desenhado. Via-se que a passagem penetrava na floresta e que em algumas partes era aberta e clara, ainda que uma vez e outra, as árvores chegassem a envolver a trilha com a sombra de seus ramos sombrios. Prosseguiram por ali, subindo ligeiramente, mas com muito mais presteza e mais aliviados, tinham a impressão que a floresta estava mais amena, e que finalmente iria os deixaria atravessa-la sem grandes contratempos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário